segunda-feira, 4 de novembro de 2013

INIMIGOS DO BRASIL


Os grandes jornais sempre se opuseram contra o Brasil, e assim combateram a 

campanha do “Petróleo é nosso” e ainda hoje rejeitam a Petrobrás e se 

arrepiam, irritadiços, sobressaltados, diante de qualquer movimento que lhes 

possa sugerir o menor sintoma de nacionalismo (ou defesa dos interesses 

nacionais) que possa pôr em risco o projeto do grande Império(EUA).

Ou de defesa do Estado. E sempre que este submerge, quem paga o pato são os 

interesses da Nação.

Exemplar do que afirmo é a primeira página da edição do Globo do dia 26 de 

abril de 1962.

Depois de anunciar com alegria a “Primeira explosão nuclear no Pacífico”, sem 

danos ambientais (embora também diga que “o engenho lançado de um avião 

que voava a grande altitude, desencadeou numa força explosiva calculada entre 

20.000 e um milhão de toneladas de TNT”), o jornal condenava a ameaça de 

aprovação do 13º salário:

“Os meios financeiros consideram altamente inflacionária e de consequências 

desastrosas para a economia nacional a implantação de um 13º salário”.

A previsão catastrofista vem no discurso do oráculo do conservadorismo de 

então: “Deixando de lado a agricultura, para a qual faltam dados positivos, o 

economista Eugênio Gudin calcula em cerca de Cr$ 80 bilhões a sobrecarga que 

o aumento representaria no orçamento das empresas”.

Contam os fatos que o projeto foi aprovado e que sua aplicação acumula, hoje, 

50 anos de sucesso. Nenhuma empresa faliu por conta dele, o comércio ganhou 

(e ainda hoje festeja a iniciativa) e começávamos ali a investir no que até os 

ortodoxos reconhecem ser a alternativa de nossa economia, a saber, o 

fortalecimento do mercado interno.

Na contramão da História, a mesma imprensa venal, combatia, desde sua 

instituição, tanto o salário mínimo (Decreto-Lei n.2 2.162 , de 12 de maio de 

1940), quanto seus reajustes anuais, sempre apontados como inflacionários.

Assim, em 1954, o anúncio de um reajuste de 100%, afinal concedido, provocou 
grande campanha de imprensa, a edição de um famoso e subversivo “Memorial 

dos Coronéis” e, afinal, a demissão do Ministro do Trabalho, João Goulart. 

Jamais aumentar salários, jamais regular a remessa de lucros para o exterior, 

taxar as grandes fortunas e as grandes heranças. Jamais estabelecer alíquotas 

crescentes do Imposto sobre a Renda.

Derrubar a CPMF e assim desfalcar o orçamento de nada menos que o 

ministério da Saúde, ah! isso, sim… Para “destravar a economia”? Não. Seu 

objetivo era reduzir o controle das movimentações financeiras.

Lembremo-nos de que um dos primeiros atos dos golpistas de 1964 foi a 

revogação da lei de remessa de lucros…

Agora, já começa a mesma imprensa a dizer que o combate aos juros altos, 

aumentando o crédito ao consumidor, pode constituir-se em agente 

inflacionário. Todos os países do mundo podem ter juros mais baixos que o 

nosso e muitos deles crescer em índices superiores ao nosso. Mas o Brasil, não.

Esquecem-se(propositalmente) os catastrofistas, que o fortalecimento do 

mercado interno é o motor do desenvolvimento nacional independente sem 

temer nem sofrer as oscilações externas.

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